CRÍTICA: De Pernas Pro Ar 3

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Apesar do gênero de comédia passar longe de ser um dos meus favoritos, é muito gratificante quando consigo me deparar com um filme espontâneo que me arranca boas risadas, sem compromisso. Depois de incontáveis falhas nas recentes comédias nacionais, “De Pernas pro Ar 3” cumpre muito bem o seu papel.

Sete anos depois de dirigir a segunda parte da trilogia, Julia Rezende segue assumindo a direção da terceira parte, que ainda apresenta questões relevantes no cenário atual, como a busca pelo prazer feminino, maternidade e a ocupação de mulheres em cargos importantes no mercado de trabalho. Por essa representação de pautas recorrentes entre mulheres, senti falta de um desfecho melhor para uma cena específica em que a protagonista é assediada. A situação toda ficou ainda mais desconfortável quando percebi que grande parte do público ria do momento que, claramente, não deveria ser humorístico. Acho que se não fosse para colocar a protagonista saindo por cima da situação e dar o peso necessário que a cena pedia, era melhor tê-la deixado de fora do filme.

Entretanto, “De Pernas pro Ar 3” se utiliza do humor na medida certa como seu grande aliado. Ingrid Guimarães, que interpreta Alice, leva o filme nas costas quando o assunto é protagonizar as melhores cenas de comédia. Porém, o restante do elenco não deixa de ser interessante em outros aspectos, como Samya Pacotto, que interpreta a jovem empreendedora Leona. A relação entre Leona e Alice define bem a direção que a trama vai tomar, visto que uma das maiores questões problema para a protagonista nascem a partir desse envolvimento entre as personagens. Vale destacar que a montagem é fundamental na construção de momentos de grande destaque no longa. “De Pernas pro Ar 3” é um filme divertido para todas as gerações e não deve ser deixado de lado por aqueles que gostam de uma boa comédia.