CRÍTICA: Suspiria
- Victoria Mancino
- 29 de mar. de 2019
- 2 min de leitura
Disponível no Instagram - @telatres

Suspiria, dirigido por Luca Guadagnino, é um remake da versão de Dario Argento, lançada em 1977. O filme é esteticamente bonito, com uma paleta de cores bem definida e predominante entre tons desbotados. Níveis de saturação mais altos e cores intensas são usadas somente para pontuar cenas que têm maior peso dramático, o que foi bom para dar maior contraste visual na narrativa. Algumas escolhas técnicas de filmagem, como o uso do superzoom, fazem com que o filme não só seja ambientado na década de 70 como pareça ter sido gravado na mesma época. A trilha do filme, que foi composta pelo vocalista do Radiohead, Thom Yorke, funciona em partes da trama, mas deixa a desejar em muitas outras.
Um dos momentos mais chocantes e bem executados do filme fica por conta dos efeitos práticos e da montagem, resultando em uma cena interligada a outra envolvendo duas dançarinas. Sobre as atuações, Dakota Johnson está bem no papel e consegue convencer com uma interpretação inocente de Suzzy Bannion. Já a veterana Tilda Swinton interpreta dois personagens: a autoritária Madame Blanc e o psicanalista Dr. Klemperer. O destaque vai para seu trabalho com Madame, porém é interessante ver Tilda atuar de maneira tão distinta em uma mesma narrativa, tornando-se praticamente irreconhecível no papel do Doutor.
O longa prepara o terreno durante duas horas e vinte minutos, deixando pistas de que algo vai acontecer, mas entrega pouco na parte visual. Isso fica por conta dos surpreendentes dez minutos finais do filme, onde tudo acontece tão rápido que fica difícil digerir. Suspiria, apesar de ter bons momentos, é marcado por um ritmo lento, demorando bastante para se aproximar do desfecho, que acaba sendo súbito e confuso.
Comments